Citações Marcantes do Legendário
[Levantamento feito com a curadoria de Projeto Tolkien. Atualizado por último em: 07/03/2024]
Este é um levantamento dos momentos mais marcantes (ou apenas interessantes) do legendário. Ou seja, não necessariamente têm alguma mensagem sobre a vida ou algo do gênero, sendo apenas, por assim dizer, citações “legais”.
Caso seja de seu interesse, temos no total quatro compilados de citações aqui no Compendium:
- Citações Ficcionais sobre a Vida
- Citações Não-ficcionais sobre a Vida
- Citações sobre as Próprias Obras
- Citações Marcantes do Legendário
Salvo menção em sentido contrário, todos os trechos abaixo citados foram retirados das edições da HarperCollins Brasil.
Os trechos encontram-se em ordem cronológica de publicação. Confira uma lista de todos os livros aqui: Publicações de J.R.R. Tolkien.
O Senhor dos Anéis (1954-55)
“Em Eregion, muito tempo atrás, foram feitos muitos anéis-élficos, anéis mágicos, como você os chama, e é claro que eram de vários tipos: alguns mais potentes e outros menos. Os anéis menores eram apenas ensaios do ofício antes que este estivesse maduro, e para os artífices-élficos eles eram meras miudezas — ainda assim, em minha opinião, arriscados para os mortais. Mas os Grandes Anéis, os Anéis de Poder, esses eram perigosos.”
— O Senhor dos Anéis (A Sociedade do Anel; Livro I; 2. A Sombra do Passado)
“É uma bela história, apesar de triste, como são todas as histórias da Terra-média, e mesmo assim pode lhes dar ânimo.”
— O Senhor dos Anéis (A Sociedade do Anel; Livro I; 11. Um Punhal no Escuro)
“Em uma coisa não mudaste, caro amigo,” comentou Aragorn, “ainda falas por enigmas.” “O quê? Em enigmas?”, disse Gandalf. “Não! Pois estava falando comigo mesmo em voz alta. Um hábito dos velhos: eles escolhem a pessoa mais sábia presente para falar com ela;”
— O Senhor dos Anéis (As Duas Torres; Livro III; 5. O Cavaleiro Branco)
“Mithrandir nós o chamávamos à moda dos Elfos,” disse Faramir, “e ele se contentava. ‘Muitos são meus nomes em muitos países’, dizia ele. ‘Mithrandir entre os Elfos, Tharkûn para os Anãos; Olórin eu fui na juventude, no Oeste que está esquecido, no Sul, Incánus, no Norte, Gandalf; ao Leste eu não vou.’”
— O Senhor dos Anéis (As Duas Torres; Livro IV, 5. A Janela para o Oeste)
Repentinamente o rei deu uma exclamação para Snawmana, e o cavalo partiu em um salto. [...] Parecia destinado à morte, ou a fúria de batalha de seus pais corria em suas veias como fogo novo, e foi carregado por Snawmana como um deus de outrora, como o próprio Oromë, o Grande, na batalha dos Valar, quando o mundo era jovem. Seu escudo dourado estava descoberto, e eis! brilhava como uma imagem do Sol, e a relva se inflamava de verde em torno dos alvos pés de sua montaria. Pois a manhã estava chegando, a manhã e um vento do mar; e a escuridão foi removida, e as hostes de Mordor pranteavam, e o terror se apossou deles, e fugiram, e morreram, e os cascos da ira passaram sobre eles.
— O Senhor dos Anéis (O Retorno do Rei; Livro V; 5. A Cavalgada dos Rohirrim)
“Vou chegar lá nem que deixe para trás tudo exceto meus ossos”, disse Sam. “E eu mesmo vou carregar o Sr. Frodo lá para cima, nem que quebre minhas costas e meu coração. Então pare de discutir!”
— O Senhor dos Anéis (O Retorno do Rei; Livro VI; 3. O Monte da Perdição)
“Venha, Sr. Frodo!”, exclamou ele. “Não posso carregá-lo pelo senhor, mas posso carregar o senhor e ele também. Então levante-se! Vamos lá, Sr. Frodo, meu querido! Sam vai lhe dar uma carona. Só diga a ele aonde ir e ele irá.” Com Frodo agarrado às costas, [...] para seu espanto, achou leve o fardo. Ele receara mal ter força para erguer seu patrão sozinho e, além disso, imaginara que compartilharia o terrível peso de arrasto do maldito Anel. Mas não foi assim. Fosse porque Frodo estava tão desgastado por suas longas dores, pela ferida do punhal e pela picada venenosa, e pelo pesar, medo e andança sem lar, ou seja porque lhe fora dado algum dom de força final, Sam ergueu Frodo sem maior dificuldade do que quem carrega uma criança hobbit no cangote [...]. Inspirou fundo e partiu.
— O Senhor dos Anéis (O Retorno do Rei; Livro VI; 3. O Monte da Perdição)
“Sus! senhores e cavaleiros e homens de valor indômito, reis e príncipes, e bela gente de Gondor, e Cavaleiros de Rohan, e vós, filhos de Elrond, e Dúnedain do Norte, e Elfo e Anão, e intrépidos do Condado, e todo o povo livre do Oeste, escutai agora a minha balada. Pois vos cantarei de Frodo dos Nove Dedos e do Anel da Perdição.”
— O Senhor dos Anéis (O Retorno do Rei; Livro VI; 4. Os Campos de Cormallen)
Ali terminava a caligrafia de Bilbo, e Frodo escrevera:
A QUEDA
DO
SENHOR DOS ANÉIS
E O
RETORNO DO REI
[...] “Ora, o senhor quase o terminou, Sr. Frodo!”, exclamou Sam. “Bem, preciso dizer que se esforçou.”
“Já terminei, Sam”, disse Frodo. “As últimas páginas são para você.”
— O Senhor dos Anéis (O Retorno do Rei; Livro VI; 9. Os Portos Cinzentos)
“Então o Rei-bruxo riu-se, e ninguém que o ouviu jamais esqueceu o horror daquele grito. Mas, nesse momento, veio cavalgando Glorfindel em sua montaria branca, e, no meio de seu riso, o Rei-bruxo voltou-se em fuga e passou para as sombras. [...] “Com isso Eärnur cavalgou de volta, mas Glorfindel, observando a escuridão crescente, disse: ‘Não o persigas! Ele não voltará a esta terra. Ainda está muito longe a sua sina e não cairá pela mão de um homem.’ Estas palavras foram lembradas por muitos; mas Eärnur ficou irado, desejando apenas vingar-se pela sua desgraça.”
— O Senhor dos Anéis (Apêndices; A. Anais dos Reis e Governantes; I. Os Reis Númenóreanos)
O Silmarillion (1977)
Então Fingolfin contemplou (como lhe parecia) a completa ruína dos Noldor [...]; e, cheio de ira e desespero, montou Rochallor, seu grande corcel, e partiu sozinho, e ninguém pôde impedi-lo. [...] e todos os que contemplavam seu avanço fugiam em assombro, pensando que o próprio Oromë chegara: pois uma grande loucura de fúria estava sobre ele, de modo que seus olhos brilhavam como os olhos dos Valar. Assim ele chegou sozinho aos portões de Angband, e soou sua trompa, e golpeou, mais uma vez, as portas brônzeas, e desafiou Morgoth a vir para fora para combate singular. E Morgoth veio.
— O Silmarillion (Quenta Silmarillion; 18. Da Ruína de Beleriand e da Queda de Fingolfin)
Por fim, tão desesperado era o caso de Barahir, que Emeldir do Coração-de-homem, sua esposa (cuja intenção era antes lutar ao lado de seu filho e seu marido do que fugir), reuniu todas as mulheres e crianças que tinham restado e deu armas àquelas que queriam usá-las; e as levou para as montanhas atrás de Dorthonion e por caminhos perigosos, até que chegaram enfim, com perdas e sofrimento, a Brethil.
— O Silmarillion (Quenta Silmarillion; 18. Da Ruína de Beleriand e da Queda de Fingolfin)
Vazias e silenciosas estavam todas as terras em volta quando o Rei do Mar marchou sobre a Terra-média. Por sete dias viajou com bandeira e trombeta, e chegou a um monte, e o subiu, e dispôs ali seu pavilhão e seu trono; e se sentou em meio à terra, e as tendas de sua hoste estavam todas arranjadas à sua volta, azuis, douradas e brancas, como um campo de altas flores. Então enviou arautos e mandou que Sauron viesse diante dele e lhe jurasse fidelidade. E Sauron veio.
— O Silmarillion (Akallabêth)
Contos Inacabados (1980)
Ali deu-se conta subitamente de que o Anel se fora. Por azar, ou por um acaso feliz, o Anel saíra de sua mão e fora aonde Isildur jamais poderia esperar reencontrá-lo. Inicialmente seu sentimento de perda foi tão avassalador que ele não se debateu mais, e teria submergido e se afogado. Mas, ligeiro como havia chegado, esse humor passou. A dor o abandonara. Um grande fardo fora removido. [...] Ali levantou-se da água: apenas um homem mortal, uma pequena criatura perdida e abandonada nos ermos da Terra-média.
— Contos Inacabados (Terceira Parte: A Terceira Era; I. O Desastre dos Campos de Lis)
[...] seus jovens e velhos eram ajudados pelas mulheres mais moças, que naquele povo também eram treinadas em armas e lutavam ferozmente em defesa de seus lares e filhos.
— Contos Inacabados (Terceira Parte: A Terceira Era; II. Cirion e Eorl e a Amizade entre Gondor e Rohan; (i) Os Nortistas e os Carroceiros)
Eorl exigiu que o cavalo renunciasse à sua liberdade até o fim da vida, como compensação por seu pai; e Felaróf submeteu-se, apesar de não permitir que nenhum homem, exceto Eorl, o montasse. Compreendia tudo o que diziam os homens e teve vida longa como eles, assim como seus descendentes, os mearas, “que não levavam senão o Rei da Marca ou seus filhos até o tempo de Scadufax”.
— Contos Inacabados (Terceira Parte: A Terceira Era; II. Cirion e Eorl e a Amizade entre Gondor e Rohan; (ii) A Cavalgada de Eorl)
‘Tu estás armando alguma das tuas, Mestre Gandalf. Tenho certeza de que tu tens outros propósitos além de me ajudar.’ “‘Tu tens toda a razão’, concordei eu. ‘Se eu não tivesse outros propósitos, nem te estaria ajudando. Por muito que teus negócios te possam parecer importantes, eles são apenas um pequeno fio na grande teia. Eu me ocupo de muitos fios.’
— Contos Inacabados (Terceira Parte: A Terceira Era; III. A Demanda de Erebor)
Não, imaginei que ele [Bilbo] queria permanecer “solteiro” por alguma razão bem profunda, que ele mesmo não compreendia ou não queria reconhecer, pois ela o alarmava. Queria, mesmo assim, ser livre para partir quando surgisse a oportunidade ou quando ele tivesse reunido coragem.
— Contos Inacabados (Terceira Parte: A Terceira Era; III. A Demanda de Erebor; Apêndice: Nota Sobre os Textos de "A Demanda de Erebor")
“Quando assuntos de peso estão em debate, Mithrandir, espanta-me um pouco que tu te divirtas com teus brinquedos de fogo e fumaça, enquanto outros debatem a sério.” Mas Gandalf riu e respondeu: “Não te espantarias se tu mesmo usasses esta erva. Descobririas que a fumaça soprada limpa sua mente das sombras interiores. Seja como for, ela confere paciência, para escutar os desacertos sem se enraivecer. Mas não é um dos meus brinquedos. É uma arte do Povo Pequeno lá no Oeste: gente alegre e valorosa, apesar de ter pouca importância, quem sabe, nas tuas altas políticas.”
— Contos Inacabados (Terceira Parte: A Terceira Era; IV. A Caçada ao Anel; (iii) Acerca de Gandalf, de Saruman e do Condado)
O Livro dos Contos Perdidos 1 (1983)
Mas isso é através dele, e não por ele; e ele verá, e vós todos também, e mesmo esses seres que devem agora morar em meio ao seu mal e, por causa de Melko, tolerar tormento e pesar, terror e perversidade, que isso redunda, no fim, apenas para minha grande glória, e não faz senão tornar o tema mais digno de ser ouvido, a Vida mais digna de ser vivida, e o Mundo tão mais formidável e maravilhoso que, de todos os feitos de Ilúvatar, este será julgado seu mais poderoso e mais belo.’
— O Livro dos Contos Perdidos 1 (2. A Música dos Ainur)
O Livro dos Contos Perdidos 2 (1984)
[...] há muito tempo se diz entre os Homens que todos os que provassem do coração de um dragão conheceriam todas as línguas de Deuses ou Homens, de aves ou feras, e seus ouvidos captariam os sussurros dos Valar ou de Melko tal como jamais tinham ouvido antes.
— O Livro dos Contos Perdidos 2 (2. Turambar e o Foalókë)
O Anel de Morgoth (1993)
De fato em momentos de perigo ou de defesa desesperada, as nissi [mulheres] lutavam valentemente, e havia menos diferença entre a força e velocidade entre homens-élficos e mulheres-élficas que não tinham concebido uma criança do que é visto entre os mortais. Por outro lado muitos homens-élficos eram grandes curadores e habilidosos no estudo de corpos vivos, mas tais homens se abstinham de caçar, e não saiam em guerra até que estritamente necessário.
— O Anel de Morgoth (II. A Segunda Fase; Leis e Costumes entre os Eldar) - Tradução não oficial
Outros [Valar] haviam, incontáveis ao nosso pensamento, embora conhecidos cada um e numerados na mente de Ilúvatar, cujos labores dão-se alhures e em outras regiões e histórias do Grande Conto, dentre estrelas remotas e mundos além do alcance do mais distante pensamento. Mas destes outros nada sabemos e não podemos saber, mas os Valar de Arda, talvez, lembram-se de todos.
— O Anel de Morgoth (Parte Cinco: Mitos Transformados; II) - Tradução não oficial
A Guerra das Joias (1994)
Então falou Mandos em profecia, quando os Deuses sentaram-se em julgamento em Valinor, e o rumor de suas palavras foram sussurradas entre todos os Elfos do Oeste. Quando o mundo for velho e os Poderes enfraquecerem, então Morgoth, vendo que a guarda fraquejou, voltará pela Porta da Noite do Vazio Atemporal; e destruirá o Sol e a lua. Mas Eärendil descerá sobre ele como uma chama branca e flamejante e o derrubará dos ares. Então a Última Batalha ocorrerá nos campos de Valinor. Nesse dia Tulkas lutará com Morgoth, e em sua mão direita estará Eönwë, e em sua esquerda Túrin Turambar, filho de Húrin, voltando do Destino dos Homens no fim do mundo; e a espada negra de Túrin dará a Morgoth sua morte e fim definitivo; e assim os filhos de Húrin e todos os Homens serão vingados.
— A Guerra das Joias (Os Últimos Capítulos do Quenta Silmarillion; A Segunda Profecia de Mandos) - Tradução não oficial
A Queda de Gondolin (2018)
Em sua casa sobre as muralhas Idril se veste com cota de malha e busca Eärendel. [...] Idril lutara, sozinha como estava, feito uma tigresa, apesar de toda a sua formosura e pequenez.
— A Queda de Gondolin (O Conto Original)
A Natureza da Terra-média (2021)
Por outro lado, o ato da procriação [dos Elfos], sendo ato de vontade e desejo partilhado e deveras controlado pelo fëa [“espírito”], realizava-se com a presteza de outros atos conscientes e voluntários de deleite ou de feitura. Era um dos atos de principal deleite, em processo e memória, em uma vida élfica, mas sua importância derivava apenas de sua intensidade, não do tempo ou da duração: não podia ser suportado por grande espaço de tempo sem desastroso “gasto”.
— A Natureza da Terra-média (Parte Um: Tempo e Envelhecimento; 4. Escalas de Tempo)